Correr na esteira queima mais calorias que na rua? Qual é melhor?
Apesar de suar mais no treino na esteira, na rua o gasto calórico e o esforço físico são maiores .
- Treinos na esteira muitas vezes dão a sensação de que queimamos mais calorias, pois suamos mais
- No entanto, a atividade física feita no asfalto exige maior esforço muscular para movimentar o corpo e o consumo energético é superior
- O treino na esteira tem vantagens, como menos impacto nas articulações e mais segurança
- Já o exercício ao ar livre tende a ser menos monótono e permitir melhor equilíbrio da temperatura corporal –por isso na esteira transpiramos mais
Você costuma correr na esteira e na rua e tem a impressão de que o exercício dentro da academia queima mais calorias, pois sempre termina a atividade pingando de suor? Pois saiba que não é bem assim.
Segundo uma pesquisa feita por John Porcari, diretor do programa de fisiologia do exercício da Universidade de Wisconsin (EUA), uma corrida leve no asfalto livre consome, em média, 3% mais energia do que a atividade indoor, comparando pessoas correndo na mesma velocidade e em terreno plano. E essa diferença é de 7% em treinos fortes.
Por que a esteira queima menos calorias?
Primeiro porque no equipamento o chão se move e você só precisa dar saltos para cima para correr. Já na rua é necessário fazer mais força para impulsionar o corpo à frente. No asfalto também há um esforço maior para vencer a resistência do ar. Para equiparar o esforço (e o gasto calórico) no treino na academia, o recomendado é colocar uma inclinação de 1% a 3% no aparelho –depende do equipamento.
Qual é melhor?
Obviamente, não dá para dizer que correr na rua é melhor só porque queima mais calorias do que na esteira. Os dois tipos de atividade têm suas vantagens e podem fazer parte da rotina de treinos tanto de quem possui como objetivo participar de provas de corridas de rua quanto de quem faz exercícios apenas por saúde.
Os benefícios da esteira…
Melhor controle do ritmo Segundo a treinadora de corrida Camila Hirsch, formada em esporte na USP (Universidade de São Paulo) e especialista em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na esteira é mais fácil o corredor se manter dentro do ritmo de treino planejado, já que a velocidade é programável, constante e não há curvas, buracos, degraus e outros obstáculos que obrigam o atleta a desacelerar e acelerar, como na rua.
Menos impacto:
A esteira possui um amortecimento um pouco maior do que pisos como asfalto e concreto. Isso pode ajudar quem está voltando de uma lesão ou faz muitos treinos na semana e precisa poupar as articulações do impacto.
Mais segurança:
Com a violência aumentando em muitas cidades, correr dentro da academia é sempre uma boa opção para diminuir o risco de assaltos, especialmente para quem treina no período noturno, e assédios (no caso das mulheres).
Drible no clima ruim:
Frio, chuva, sol forte não são impeditivos para o treino na esteira, por isso, aparelho é sempre uma boa opção para os dias em que as condições climáticas não são favoráveis.
As vantagens da rua:
Maior trabalho muscular Além de proporcionar um maior gasto calórico, o maior esforço exigido no asfalto para mover o corpo à frente, obviamente, exige um maior trabalho muscular, fortalecendo mais coxas, panturrilhas e glúteos, segundo Alexandre Ferrari, fisioterapeuta pela USP e especialista em fisiologista do exercício pela Unifesp.
Quebra da monotonia:
Enquanto alguns minutos na esteira parecem durar horas para muitas pessoas, a corrida ao ar livre “passa mais rápido”. A atividade tende a ser menos monótona pois há mudanças de paisagem, você vê outras pessoas, animais, conhece novos lugares… Outra vantagem para quebrar a “chatice” do treino é que na rua é possível correr acompanhado, o que nem sempre dá para fazer na esteira (os aparelhos ao seu lado já podem estar ocupados e seu colega vai ficar longe, por exemplo).
Adaptação a provas:
Se você vai participar de uma prova de corrida de rua, obviamente, precisa fazer a maior parte dos seus treinos no asfalto para adaptar o corpo ao esforço da atividade (que é maior, como já explicamos), às acelerações e desacelerações que ocorrem durante a competição, as condições climáticas. Também é importante treinar ao ar livre para aprender a manter o ritmo quando se está sem o visor de velocidade da esteira.
Melhor equilíbrio da temperatura corporal:
Segundo Ferrari, por causa do vento, em exercícios ao ar livre há uma melhor evaporação do suor e dissipação de calor corporal, o que é importante para retardar o processo de fadiga (óbvio que estamos comparando um treino ao ar livre em condições adequadas, não de calor extremo). Aliás, a dificuldade na evaporação do suor devido à falta de vento é justamente a responsável por você terminar um treino na esteira pingando mais do que na rua, como citamos lá no começo do texto.
*Virgínia Nalon é atleta da Guana Trainer, jornalista, trabalha na TV Record Minas e nada, pedala e corre.